sábado, 31 de janeiro de 2009


Diante de mim o passado ...



Diante de mim
o passado tão real
tão igual
tão esperado.

Diante de mim
o passado tão justo
tão seguro
tão único.

Diante de mim
o passado tão lembrado
tão provável
tão concreto.

Diante de mim
o passado tão irreal
tão diferente
tão inesperado.

Diante de mim
o passado tão injusto
tão sofrido
tão repetido.

Diante de mim
o passado tão esquecido
tão improvável
tão abstrato.

Diante de mim
o passado tão ardente
tão íntimo
tão sigiloso.

Diante de mim
o passado tão marcado
tão dolorido
tão separado.

Diante de mim
o passado tão estranho
tão difícil
tão impossível.

Diante de mim
o passado tão inimigo
tão cruel
tão desconhecido.


Diante de mim
o passado tão árduo
tão penoso
tão ausente.

Diante de mim
o passado tão interminável
tão perverso
tão oculto.

Diante de mim
o passado tão presente
tão passado
tão finito ...
tão amado.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Amar é trash


Amar é a felicidade que nos traz tristezas.
Amar nos ensina odiar.
Amar é queimar a realidade.
Amar é como a escultura premiada que foi abandonada.
Amar é como lutar pela liberdade depois da morte.
Amar é o contar dos dias, esquecer...e recontar inúmeras vezes.
Amar é como as histórias que os contadores inventam.
Amar é morrer aos poucos a cada rejeição.
Amar é sentir dor no meio do dia, quando vem uma lembrança ...
Amar é viver sempre brigando com a esperança.
Amar é como mergulhar sem prender a respiração.
Amar é acreditar em ilusão.
Amar é querer acabar com tudo que há de bom.
Amar é olhar e não ver.
Amar é correr e nunca chegar a lugar algum.
Amar de verdade, é sentir na realidade o poder do sofrer.

domingo, 4 de janeiro de 2009



Dor presente


Dor de amor
Dor de dúvida
Dor de ódio
Dor de perdão
Dor de saudade
Dor de arrependimento
Dor de amar o amor
Dor de traição
Dor de rejeição
Dor de separação
Dor nos faz crescer
Dor esculpe em nós um novo ser
Dor revela a força interna
Dor se faz sempre eterna

Vazio


Debruçada no vazio,
não consegui desviar os olhos
da felicidade que passava.
Estendi o braço para agarrá-la ...
Houve um momento inesperado de recuo ...
Qualquer que fosse a razão
senti um nó na garganta
ao engolir a decepção.