quinta-feira, 3 de setembro de 2009

[ Eu, Maria sem vergonha ]

Nasço em todos os cantos (...)
Sou atrevida,
Invasora,
De fácil cultivo.

Apareço em escadas,
Vasos esquecidos,
Floreiras,
Jardins bem cuidados
e abandonados...

Apareço em frestas de almas.

Sou amarela, rosa,
Vermelha, branca.
De alma furta cor...
Sou presente,
Passado,
Sou beijo,
Sou flor...

Estou sujeita
A raios e trovoadas.
Vivo em pleno sol ou a meia–sombra.
Permaneço firme e forte
Quando me querem por perto...

Quando não me querem... morro fácil.

Com o vento minhas pétalas se soltam
Deixando perfume no ar.
Com a luz da lua
Sonho em um coração entrar...

Da terra me arrancam.
Me trocam por outras flores.
Me esquecem...
Nasço em outro canto...

Exalo amor
Ao sentir o beija-flor...

Essa sou eu (...)
A maria sem vergonha do seu jardim (...)